Nas profundezas dos oceanos os organismos podem existir fixos ou sobre um substrato (ambiente bêntico), quer seja em planícies abissais, montanhas submersas ou zonas com fontes hidrotermais (Foto 1). Na região dos Açores existem áreas extensas dos fundos marinhos com fontes hidrotermais, que suportam elevada biodiversidade baseada em organismos que utilizam fontes de energia química e não solar (quimiossíntese).

Encontramos dois grandes tipos de zonas abissais, as que se encontram numa zona de planície – planícies abissais - ou em zonas de montanhas - montanhas submersas e ravinas. As planícies abissais correspondem a regiões com topografia plana nos fundos dos oceanos, geralmente situando-se a profundidades superiores a 4000m. As montanhas submersas e ravinas situam-se nas planícies oceânicas. Podem atingir alturas superiores às montanhas terrestres. O Oceano Atlântico tem a montanha mais comprida do planeta que vai desde o Oceano Atlântico até ao Oceano Ártico.

As fontes hidrotermais podem abrigar inúmeras espécies de fauna e flora abissal. Encontram-se inúmeras espécies que suportam condições extremas, como as arqueobactérias (quimiossíntéticas, ou seja, bactérias que absorvem energia através da oxidação de minerais, sem a presença de luz). Estas constituem a base do ecossistema das comunidades do local, que podem conter, entre outros, moluscos (e.g. bivalves, gastrópodes, etc.), artrópodes (crustáceos, por exemplo) ou anelídeos (como as poliquetas).

FALKOWSKI PG & RAVEN, JA (2007) Aquatic photosynthesis. Princeton University Press, New Jersey.

NETO, A., 1991. Zonação Litoral de Dois Locais da Ilha de São Miguel (Açores) e Estudo Dos Seus Povoamentos Fitobentónicos. Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica. Universidade dos Açores, Ponta Delgada, iv + 116p.

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